Quem acompanha o blog já sabe que eu passei por várias dificuldades como a busca e apreensão de meu carro, gastar mais que receber, despesas gerais com família e até mesmo falta de controle de despesas supérfluas. A despeito disso, tenho conseguido levar a minha vida e honrar a maioria dos meus compromissos, mas sempre colocando em risco o pouco que tenho investido, haja vista ainda não possuir uma reserva de emergência. Por isso, venho procurando uma saída séria e definitiva para a estruturação de minhas finanças.

Tenho percebido que quando há complicações demais, registros demais ou mesmo detalhes demais, o controle tende a não funcionar. Estudo contabilidade. Talvez seja estranho eu ser contra o controle moeda por moeda, mas o fato é que somos diferentes de uma empresa. Em uma corporação, há profissionais específicos para escriturar e acompanhar as demonstrações financeiras. Eu como pessoa física não teria essa disponibilidade. Mesmo com aplicativos que registram tudo automaticamente como o GuiaBolso, tenho que classificar e acompanhar tudo o que é gasto para, por fim, não ter o resultado esperado.

Então, aumentei as minhas buscas para responder a seguinte questão: como controlar minhas contas? Afinal, este é o primeiro passo para quem quer ser um investidor. Me lembrei que há alguns anos atrás eu havia lido sobre uma regra de três números que definia percentuais para cada categoria de gastos. Bom Google. Encontrei a regra e ela se chama 50-15-35.

A regra 50-15-35

A regra 50-15-35 é composta por três números que somados totalizam 100, ou seja, eles representam 100% do seu orçamento. As despesas devem ser obrigatoriamente ser divididas em Essencial (50%), Financeira (15%) e Estilo de Vida (35%). Observe a sequência, pois ela possui um significado. Primeiro, devemos pagar as despesas essenciais como água, energia, aluguel, transporte, educação, saúde e similares. Posteriormente, pagar as dívidas financeiras e, caso não haja dívida, constituir o colchão de liquidez. E, por último, mas não menos importante, 35% para “viver”.

Obviamente, esses valores podem variar de pessoa para pessoa. Alguém com uma renda mensal de R$ 40.000,00 não precisa gastar a metade com despesas essenciais e poderia aumentar a despesa financeira para 20%, 30% ou mais. No meu caso, vou começar com os valores indicados no nome da regra. Esse será o meu ponto de partida.

A minha situação atual

Não objetivo me expor, até por que não me identifico pelo nome. Desejo apenas registrar minha vida financeira “do desastre ao triunfo” sem utilizar caminhos fáceis como vender isso ou aquilo para pagar. Enfim, vou enumerar minha dívidas atrasadas, despesas, investimentos e aferir o quanto minhas despesas são aderentes à regra.

Seguem meus recursos que estão 100% sob meu controle. Além desses há outros que depende de decisão judicial e serão acrescentados conforme forem sendo realizados. Elas são: uma sala comercial inacabada de R$ 120.000,00, fundos imobiliários e ETFs no valor aproximado de R$ 1.000,00 e
carro popular no valor (tabela FIPE) de R$ 35.000,00, R$ 8.000,00 em gado. Meus recursos controlados totalizam aproximadamente R$ 164.000,00.

As dívidas atrasadas são: R$ 1.500,00 na Dívida Ativa, R$ 3.000,00 na caixa econômica, R$ 1.700,00 com uma imobiliária (comprei um lote em 2008 e ainda não terminei de pagar), R$ 800,00 na faculdade. Tais dívidas totalizam R$ 7.000,00.

Meu salário líquido é de aproximadamente R$ 7.200,00. Aplicando a regra temos R$ 3.600,00 para despesas essenciais, R$ 1.080,00 para finanças e R$ 2.520,00 com estilo de vida. Pelos meus cálculos, viver com R$ 3.600,00 para despesas essenciais é tranquilo. Porém, R$ 2.520 para estilo de vida e R$ 1.080,00 para a questão financeira é difícil.

O problema prático e a quase solução teórica

Seguindo a regra, tenho disponível R$ 1.080,00 para despesa financeira. Porém, tenho dois empréstimo que já abocanham 100% desse montante. Ou seja, em tese não teria margem para pagar as dívidas atrasadas e, na prática, é o que acontece. Ademais, quanto mais o tempo passa, os valores aumentam devido aos juros e às multas.

Assim, a única forma que vejo de quitar essas dívidas atrasadas seria a venda de algum recurso controlado, porque com os 15% não seria possível salda-las. Seria estupidez vender o apartamento, uma vez que o mercado imobiliário está péssimo. Seria perda de tempo perder meus títulos privados, já que perfazem um montante muito pequeno. O carro, esse eu não vendo :). Sobrou o gado. R$ 8.000,00 (valor de custo do início do ano passado) seria ideal para sumir com as dívidas atrasadas. Pena que estamos sofrendo com a liquidez do gado por esses tempos e não estou conseguindo vender.

Esse problema de liquidez do gado choca com a minha urgência no caso da imobiliária, uma vez que o lote corre o risco de ser revendido caso não quite esse saldo urgentemente. Enfim, são muitos os problemas. O mais importante foi feito: enumerar dívidas, enumerar despesas, orçamentar, ter consciência e ter vontade.

Acompanhamento

Analisarei uma forma de publicar o acompanhamento de minhas despesas. A intenção é me estimular a dar uma virada. Não uma virada fácil, mas uma virada técnica na vida financeira. Com essa análise de cenário, plano traçado, agora falta a execução. Em breve saberei de que sou feito.

Pelo andar da carruagem, este ano será o ano da virada. Será o pontapé inicial composto por conhecimento, paz e a fuga da corrida dos ratos. Desculpe a exposição e opiniões em demasia, mas o blog serve pra isso mesmo. 🙂

7 comentários em “A regra 50-15-35 de orçamentação. Minha situação atual. Planejando a virada.

  1. Maestro, sabemos bem que concurso não é algo simples, nem certo, já que “não depende só de nós” (entre aspas, pq o que quero dizer é que as vezes não sai o concurso, ou sai e temos problemas de saúde, etc..).

    Como comentei em outro post, dá pra baixar o nível de vida sim.
    Considere vender o gado por R$ 7.000,00, em espécie e quitar as dívidas, ou, ainda, negociar pra transferir a propriedade sobre eles juntamente com a responsabilidade pela dívida, de forma que o adquirente renegocie as dívidas junto aos seus credores.

    Quanto ao carro, repense com carinho. Sei das “vantagens”, conforto, etc… Mas pode ser o momento de você vender esse, pegar um mais velho e quitar as dívidas. Quando for aprovado no próximo concurso, você compra outro 😀

    Sucesso!

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    1. Sobre o concurso, eu já tenho bastante experiência e, pelo meu desempenho, acho que não leva uma década. Já estou próximo. Estou tentando vender o gado à 6 meses, mas não aparecem compradores. Sobre o carro, concordo 100%. O problema é minha esposa, que não abre mão dele. Na verdade, a vida de uma pessoa casada depende do parceiro, uma vez que não podemos decidir tudo como se fôssemos solteiros. Enfim, vendendo esse carro, as coisas estariam resolvidas. Abraço! Obrigado pela disposição.

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