Ontem, li uma discussão em algum blog sobre a importância ou não da rentabilidade. Acredito ser uma discussão de extrema importância, uma vez que tudo que possuir relevância e implicar aumento ou diminuição patrimonial deve peremptoriamente ser levado em consideração.

Um aspecto relevante que foi levantado era o momento da carteira. Inicialmente a rentabilidade tinha monta inferior ao aporte e, com o amadurecimento da carteira no que tange ao seu volume, a rentabilidade aumentava a magnitude, se tornando o fator protagonista. Considero que a minha incipiente carteira teve este ano a excelente rentabilidade real de mais de 3%. Quanto vale isso? R$ 30,00 reais? R$ 40,00 reais? Tal rendimento nominalmente é irrelevante.

Se a minha carteira tivesse tido a rentabilidade de 100% também seria irrelevante. R$ 1.000,00 se tornariam R$ 2.000,00 e isso também não faria diferença. Porém, 1% de R$ 3.000.000,00 é R$ 30.000,00. Agora eu vi vantagem! Ou seja, meu foco não será ler todos os livros americanos de avaliação de ativos, gestão de riscos, analisar a história das bolsas, a Crise de 29, a Crise do Subprime, Smith, Keynes e etc. Basta o conhecimento básico que eu tenho e um pouco mais.

Acho interessante as discussões de como gastar menos. Até falei sobre o meu sistema de gastos: gasto o que quiser nos fins de semana e durante a semana, só trabalho. Esse sistema é muito melhor que o meu anterior: evitar fazer tudo que eu gosto pra gastar menos. Acontece que este ia gastando o meu estoque de força de vontade até um ponto que eu não conseguia mais. Ou seja, estava sempre sofrendo pra não tomar um café expresso, por exemplo. Com o meu novo sistema, eu já sei que posso tomar expressos no fim de semana. E cerveja, e almoçar fora e etc. Todavia, foco no aumento dos meus aportes.

Estudo diariamente para ser aprovado em algum concurso fiscal. Já fui até criticado em um blog por esse objetivo. Criticar é fácil, aumentar a renda pra fazer aporte é difícil :). Ao conseguir aumentar violentamente a minha renda, vou conseguir aumentar a minha capacidade de aporte na mesma medida. Se eu conseguir aportar R$ 10.000,00 por mês não será muito melhor que aportar R$ 350,00? O meu acumulo patrimonial será muito mais acelerado. Nesse período de acumulo, se o rendimento só bater a inflação, já acharei ótimo.

Pra que serve a rentabilidade? Pra potencializar o acumulo patrimonial. Porém, se a rentabilidade resultar em um valor ínfimo, praticamente não terá relevância no acúmulo patrimonial. Todos sabemos disso. Até falei no primeiro post sobre a bola de neve. Lá a gente pode perceber que os juros compostos têm efeito depois anos e anos de rentabilidade. Inicialmente, aporte, aporte, aporte, aporte.

Outro ponto é ter conhecimento suficiente para ter uma rentabilidade elevada. Esse é um outro momento. Momento de administrar o patrimonio, traçar projeções. Porém, se elas não se concretizarem, o que poderemos fazer? Nada, passado é passado. Está selado. Não há o que fazer. Quando se tem em mãos a rentabilidade, o que de fato aconteceu já é passado. Se a rentabilidade foi boa, ótimo. Se foi ruim, uma pena. É só isso.

Para concluir, penso que a rentabilidade serve apenas para carteiras de monta considerável e serve apenas para informação. Caso as projeções que eu tracei se concretizarem, significa que estou tendo discernimento para faze-las, caso contrário, errei e devo estudar mais, mas essa parte será pra depois! Agora, deixa eu estudar contabilidade aqui que tenho que ser aprovado em um concurso de auditor. Abraço!

9 comentários em “Rentabilidade vs. Acúmulo Patrimonial

      1. MI, acho que essa resposta depende muito de em que fase da vida nós estamos. No meu caso, eu sou sócio de uma empresa e atigimos um tamanho desejado, portanto não temos pretensões de crescimento. Eu poderia pensar em direcionar esse dinheiro para eu fazer algum curso, mas tenho a sorte de solicitar que a empresa pague um curso para mim. Portanto, eu colocaria esses 10k em algum investimento, dentro da minha estratégia.

        No entanto, se eu estivesse em uma fase de buscar promoções ou até aumentar o meu conhecimento na área onde atuo, destinaria o dinheiro para este foco.

        E qual a sua leitura a esse respeito, MI?

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      2. Estou pensando bastante sobre isso. Parece que este ano eu serei agraciado e estou me questionando sobre isso. Guardar ou investir em educação? Em um ponto, consigo material de graça na internet, mas alguns cursos me dariam prazer de fazer e elevariam o meu nível em algumas disciplinas principais do concursos da área fiscal. Estou basicamente entre pagar algumas dívidas do passado e investir todo o resto ou, pagar dívidas do passado, pagar uma pós bacana e guardar o resto. Entretanto, me pergunto se a pós é só uma ilusão e se eu realmente preciso dela. Talvez não. Enfim, alguma opinião? 🙂

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      3. Rapaz, qto às dívidas, acho que é botar na ponta do lápis mesmo e ver o que é mais interessante financeiramente… além de analisar o custo de oportunidade.

        Estudar acaba sempre agregando… pensando a longo prazo, acho que é bem interessante.

        Abraços.

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